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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

sumo

O sumo era espesso e escorria lentamente pelo interior do copo. O cheiro que emanava fazia lembrar um país tropical onde o calor e alegria são constantes. Ela estava realmente contente por ter escolhido aquele e nenhum outro, pois talvez este tivesse o dom de transportar o estado de espírito dela para outro nível, mais radiante e completo. Começou a pensar que o momento mais coerente daquele dia foi aquele em que conseguiu decidir, sem muito esforço, o que gostaria de tomar. Consequentemente toda essa exactidão preencheu aquele momento e fez com que este ganhasse sentido, contrariando o que o dia-a-dia tem ditado. Por vezes exactidão e coerência não eram termos que não faziam parte do seu vocabulário... Pensando melhor, o facto de ter pedido aquele sumo não fez apenas com que se sentisse bem ao perceber que a sua preferência se manifestou sem ponta de dúvida... Talvez tenha feito com que se identificasse com ele de certa forma. A sua existência, neste preciso momento, poderá ser algo espesso e sem solvibilidade, escorrendo lentamente sobre o um copo baço, fragmentado, que possui uma marca que ela ainda não descobriu.


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